Eu queria morar bem aqui. Armar uma barraca e carregar todas as nossas lembranças dentro dela. Juntar as fotos, os bilhetes, o barco de papel reciclável feito por você e viver esse sentimento tão vazio. Meu peito tem uma brecha enorme depois que você resolveu ir. Para ser sincera, eu te amei tanto que decidi te libertar para voar de coração aberto. Somos jovens e sei que esse era seu desejo. Conhecer novos corpos, novos amores e viver novas experiências. A felicidade reina no seu semblante. Recordo-me que um dia, aliás, vários dos meus, trocamos juras de amor e prometemos um ao outro estar sempre lado a lado. Quem dera que nos lembrássemos dos motivos que nos fizeram ficar juntos na hora de desistir de tudo. Saudade é uma coisa horrível, ainda mais quando se sabe que tem uma parcela de culpa por estar vivendo assim.
Talvez eu não tenha dado meu melhor ou você não soube aproveitar o máximo de mim que dei.
Por mais que eu tente entender os motivos para termos durado tão pouco, não consigo chegar a uma conclusão exata. Éramos o shipper mais lindo que todos respeitavam. Eu sempre quis que durasse o suficiente para que pudesse ser inesquecível. E foi. Eu quis que durasse o necessário para ficar marcado pro resto da vida. Na verdade, eu queria mesmo que durasse por toda ela.
Meu abraço se encaixou direitinho em você. Parecia até que tínhamos nascido um pro outro. Nossa sintonia foi tremenda, por mais que tenha sido questão de meses. A nossa conexão foi como se já nos conhecêssemos naquela história de “outra vida”. Se isso existir, na próxima, quero viver contigo.
Eu sempre vou te olhar com o desejo de que a nossa história nunca tivesse acabado. É como se eu tivesse que passar por uma solidão para, ainda sim, me encaixar em incertezas. Eu navego nelas. É como se pontos de interrogações gigantes permeassem pelo meu coração. Talvez o melhor pra você agora, não seja o melhor pra mim. Tenho que suprir a distância.
Foi lindo e eu quero guardar pra sempre. Eu não me arrependo de ter me doado por inteira, afinal, amor é isso, entrega total de si ao outro. Mas eu queria mesmo mudar minhas malas dessa avenida e voltar a morar dentro do teu peito.
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